Anestesia Loco Regional

Descrição: O membro, habitualmente o braço, é anestesiado mediante a introdução do líquido anestésico local directamente na veia, depois da aplicação de um garrote para impedir o líquido de entrar na circulação.

Vantagens: – simplicidade de execução

Desvantagens: Este bloqueio é potencialmente perigoso, mesmo mortal.

Como referido anteriormente, todos os anestésicos locais têm toxicidade.

Se acidentalmente houver uma falha do garrote, deixando entrar o líquido em circulação o doente pode ter uma paragem cardíaca.

Por este motivo, NUNCA utilizamos este tipo de bloqueio.

Descrição: Consiste na injecção de anestésico a nível da parte lateral do pescoço, de maneira a bloquear os nervos que se dirigem para o braço a partir do pescoço (plexo braquial).

Indicações: anestesia do ombro e braço

Vantagens: Anestesia muito completa (“alta”) do ombro e braço.

É possível deixar um catéter (“tubo”) no pescoço para injecção de mais anestésico no período pós-operatório, de maneira ao doente continuar sem dores.

Desvantagens: Necessidade de treino específico nesta técnica por parte do anestesista. Necessidade de utilização de um aparelho também específico (neuro-estimulador).

Utilização:utilizamos com frequência este bloqueio para anestesia combinada e analgesia pós-operatória nomeadamente em casos de artroscopia ou outro tipo de cirurgia do ombro.

Descrição: Consiste na injecção de anestésico a nível da base da parte lateral do pescoço, atrás e acima da clavícula (região supraclavicular), de maneira a bloquear os nervos que se dirigem para o braço a partir do pescoço (plexo braquial).

Indicações: anestesia do ombro e braço

Vantagens: Anestesia do ombro e braço, Fácil execução técnica

Desvantagens: poder provocar um pneumotóra. uma perfuração do vértice do pulmão com saída de ar para o espaço pleural (pneumotórax). Por esta razão NUNCA utilizamos este tipo de bloqueio.

Descrição: Injecção de líquido anestésico na região do nervo ciático (região posterior, profunda da raiz da coxa) para anestesia do membro inferior.

Vantagens: sem particulares vantagens em relação a outras técnicas com o mesmo objectivo, pelo que não o praticamos.

(anestesia num tempo 3 nervos: 1-femoral, 2-obturador, 3-cutâneo externo da coxa)

Descrição: injecção de líquido anestésico na região da virilha.

Vantagens: simplicidade de execução. Permite uma boa anestesia do joelho

Desvantagens: Necessidade de treino específico nesta técnica por parte do anestesista.

Primeira pergunta que fez um reputado cirurgião quando lhe disseram que tinha de ser operado: e quem vai ser o anestesista?

PONTOS PRÁCTICOS A TER PRESENTES, RELATIVAMENTE À ANESTESIA:

1. A escolha do tipo de anestesia para uma cirurgia em particular pode ser  complexa e depender de uma série de factores.
2. A análise desses factores é da exclusiva competência do anestesista.
3.  A anestesia a administrar deve ser sempre  a mais indicada para o caso concreto de cada doente e não a mais “aceitável” baseada em factores emocionais.
4. Em muitos casos, é efectivamente possível a administração de mais do que um tipo de anestesia. Se for esse o caso, o doente poderá escolher em conjunto e  de acordo  com o anestesista, o tipo de anestesia que lhe vai ser administrada.
5. Por todas as razões é sempre aconselhável  uma consulta pré-anestésica antes da operação
6. CONFIE NOS PROFISSIONAIS: o êxito depende dos bons resultados, e os bons resultados das boas decisões.

UM CONSELHO:

SE TEM MEDO DA ANESTESIA O MELHOR É ESCOLHER O SEU ANESTESISTA COM O MESMO CRITÉRIO COM QUE ESCOLHE O SEU CIRURGIÃO

Quando se trata de problemas dos membros superior ou inferior, muitas pessoas manifestam o desejo de ser operadas com anestesia local.
O motivo desta escolha, na grande maioria dos casos, não tem uma única razão científica a apoiá-la  mas antes uma “GRANDE”  razão “EMOCIONAL”: o receio da anestesia geral.

Contudo, é nossa convicção, estar o público em geral pouco esclarecido àcerca dos seguintes factos:

1. A anestesia local não é inteiramente inócua, todos os anestésicos locais têm toxicidade, em relação sobretudo com a dose utilizada, o que limita a quantidade de anestésico que pode ser injectada de uma só vez.
   Pode também haver reacções alérgicas.
2. Como a quantidade possível de ser administrada é limitada, este tipo de anestesia é, logo à partida, inadequada para efectuar cirurgias envolvendo uma área grande ou relativamente grande do corpo.
3. A aplicação de anestesia local numa área relativamente extensa implica a necessidade de picadas de agulha múltiplas, o que é doloroso, desagradável e difícil de tolerar por  pessoas sensíveis, com “aversão” a agulhas, ou em crianças.
4. Fisicamente, os anestésicos locais são líquidos transparentes de aspecto idêntico à água. A introdução deste líquido no meio dos tecidos provoca edema (“inchaço”), tal como acontece p.ex. quando “entala” um dedo. Esse edema prejudica a visibilidade, sobretudo se as estruturas são pequenas e  já contêm líquido (p.ex. um “quisto”). A sua localização e extirpação com segurança pode ficar comprometida se a zona operatória se encontra “infiltrada” pelo anestésico geral.
5. Contudo, talvez a principal limitação  ao uso da anestesia local em ortopedia é o facto desta anestesia não facilitar o uso de um “garrote” na extremidade, de maneira à operação poder ser feita sem sangue no campo operatório. Sobretudo em casos de cirurgia mini-traumática/invasiva, mesmo uma quantidade insignificante de sangue pode comprometer a realização da operação (devido ao tamanho reduzido das incisões).