- MENOR MORBILIDADE
Menor morbilidade quer dizer menor número de complicações pós-operatórias em geral, incluindo Dor/Sofrimento pós-operatório e Infecções, p.ex.
- MENOR DOR/SOFRIMENTO NO PÓS-OPERATÓRIO
Mais do que qualquer outro factor isoladamente, arriscamo-nos a afirmar que a DOR (que o doente antecipa vir a ter após a cirurgia) é habitualmente o que mais preocupa quem se vê perante a necessidade de se submeter a uma intervenção cirurgica.
Para além do sofrimento psicológico, verificam-se muitas vezes danos físicos concretos, resultantes do adiamento injustificado da operação provocada pelo receio (“PÂNICO”) da dor que se antecipa.
Infelizmente, adiar decisões fundamentais na saúde, (como na maior parte dos problemas da vida), raras vezes produz bons resultados.
O doente deve perceber que a cirurgia é um acto técnico, destinado a reparar uma “peça avariada”, que no caso do organismo raramente pode ser substituída. Quer dizer que, quanto mais se adia o tratamento maior a probabilidade de agravamento das lesões. Como resultado, o acto cirúrgico torna-se mais complicado e o seu resultado pode ficar comprometido.
Aliás, se pensar nisso, com o seu carro é a mesma coisa, com uma diferença fundamental: é que no caso dos carros muitas peças podem ser trocadas por novas…
Este é um aspecto que, de uma maneira que nos parece absolutamente espantosa, é muito pouco compreendido e ainda menos valorizado mesmo por profissionais de saúde, que, em caso de operações, aconselham o doente a esperar “até à última”…
- MENOR PROBABILIDADE DE INFECÇÃO PÓS-OPERATÓRIA
Outro problema que compreensivelmente preocupa os candidatos a cirurgia é a possibilidade da operação infectar.
Quem ainda não ouviu falar de um doente cuja operação “infectou”?
Quem não tem um familiar, amigo ou vizinho que “rejeitou” uma prótese?
Esta preocupação é legítima e compreensível, atendendo ao facto conhecido por todos dos agentes das infecções (os “micróbios”) se encontrarem por todo o lado. Essa é mesmo a principal razão porque as operações não são efectuadas em casa dos doentes nem sequer nos consultórios médicos (com excepção de pequenas cirurgias…). Contudo, os blocos operatórios dos hospitais não são “estéreis”, apenas limpos e desinfectados…
Como nas operações mini-invasivas as incisões são menores, há um menor contacto dos tecidos profundos com o meio ambiente, nomeadamente com o ar do bloco operatório, o que faz diminuir a probabilidade da infecção. Para além do mais, quando a cirurgia mini-traumática é sinónimo de cirurgia artroscópica, a ferida é permanentemente irrigada (“lavada”) com soro fisiológico que entra e sai continuamente no campo operatório, o que torna a probabilidade de infecção quasi nula. Na verdade, a taxa de infecções após a cirurgia artroscópica é tão pequena que os poucos casos descritos são motivo de publicação nas revistas médicas da especialidade.
Infelizmente, muitas operações, como as próteses, não são possíveis de realizar por artroscopia (ainda…)
- CIRURGIA MAIS RÁPIDA ( menos tempo no bloco operatório)
Em muitos casos, o acesso mais directo às lesões, aliado ao facto de não ser necessário encerrar feridas operatórias extensas leva em muitos casos a uma diminuição significativa do tempo operatório com vantagens médicas e económicas.
- CIRURGIA MAIS ECONÓMICA
Nos casos em que é possível efectuar a cirurgia com menor tempo operatório e de internamento, são óbvias as razões porque este tipo de cirurgia, para além das outras vantagens, também se torna mais económica.
Contudo, para além das vantagens económicas “imediatas”, directamente relacionadas com o acto cirúrgico em si, outras há capazes de influenciar (e de que maneira!) os custos totais relacionados com a cirurgia. Ver QUAIS OS INCONVENIENTES DA CIRURGIA MINI-TRAUMÁTICA/MINI-INVASIVA ?, nº 5
- RECUPERAÇÃO MAIS FÁCIL, RÁPIDA E MENOS DOLOROSA
Naturalmente, se o doente tem menos dor, consegue começar mais cedo e colaborar melhor no trabalho de recuperação.
Na verdade, o pós-operatório de muitos doentes é tão favorável que nos sentimos na obrigação de fazer aqui uma advertência: (“link”)
Paradoxalmente, alguns doentes sentem-se tão bem que, ignorando as instruções recebidas, “abusam”, arranjando problemas desnecessários.
Diz o nosso povo: “o que os olhos não vêem o coração não sente”. Pequenos buracos juntos com pequena dor levam muitos doentes a pensar poderem ter “pequeno cuidado”. Nada mais falso. Pessoalmente, fazemos questão de explicar aos doentes que a operação feita internamente tem as mesmas consequências das outras, (de outra maneira não daria resultado…) ou, como também dizemos muitas vezes, as cirurgias mini-traumáticas não são pequenas operações, são grandes operações levadas a cabo através de pequenas incisões.
Permitam-me reforçar: Pequenas são as incisões, não as operações.
Por isso pode acontecer não ser a recuperação após este tipo de operações mais rápida ou menos elaborada que as outras, a diferença é que você vai-se sentir muito mais confortável ao longo de todo o processo.
- MAIS FÁCIL E RÁPIDO RETORNO AO TRABALHO
A conclusão deste item é a consequência do descrito na alínea anterior.
Regra geral o doente pode esperar um retorno ao trabalho mais rápido e mais fácil do que se fosse operado pelo método “clássico”.
Por vezes isto pode não acontecer ou não ser aconselhável do ponto de vista médico, pelas razões descritas anteriormente.
O tipo exacto da sua actividade laboral (sedentária, esforçada, muito esforçada), por exemplo, é muito importante.
Por exemplo, um doente operado a um Sindrome do Túnel Cárpico que trabalha como recepcionista de um hotel pode esperar regressar ao trabalho, se for esse o seu desejo, dentro de 48h após a intervenção; pelo contrário, quem trabalha todo o dia ao computador deve fazer uma pausa nessa actividade de, pelo menos, 3 semanas, e se a sua profissão é ser pedreiro ou talhante, provàvelmente um período mínimo de dois ou mesmo três meses é muito mais prudente.
- MELHOR RESULTADO COSMÉTICO (cicatrizes muito mais pequenas)
Este facto é uma consequencia directa da própria natureza deste tipo de cirurgia.
E embora não pensemos ser a principal, nem sequer uma das maiores vantagens destas técnicas, sem dúvida que, pelo menos nalguns casos o factor estético pode ser muito importante ou até mesmo determinante na sua escolha pelo médico bem como pelo paciente, como, p.ex., no caso de uma doente do sexo feminino, jovem, que necessita de ser operada a um quisto dorsal do punho ou a uma rotura da coifa dos rotadores do ombro, operações que habitualmente provocam cicatrizes muito pouco estéticas em zonas habitualmente expostas ao ar, sem protecção pelo vestuário.
- Permitir operações impossíveis ou muito difíceis de realizar por via aberta
Uma das principais vantagens das pequenas incisões practicadas na cirurgia mini-traumática é poderem ser feitas múltiplas incisões mais bem distribuídas, permitindo o acesso a zonas pouco acessíveis e a execução de actos cirúrgicos “internos” que por cirurgia clássica não são possíveis, por exigirem a execução de feridas de tamanho e/ou número inaceitáveis.
- CONCLUSÃO:
Efectuar operações com um mínimo de morbilidade, nomeadamente de sofrimento para o doente, acelerando ao máximo a recuperação funcional, é sem dúvida o objectivo de todo o cirurgião.